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Foto do escritorSilvana Lance Anaya

AUTODESCOBERTA ENTRE CINZAS DO PASSADO


Caminhar pelas ruas da antiga cidade de Pompéia na Itália, é mergulhar em um passado surpreendente, repleto de história. Entre as muitas cidades devastadas pela erupção do Vesúvio em 79 d.C., Pompéia foi a mais atingida e ficou sepultada sob uma camada de 6 a 7 metros de pedras e cinzas, se tornando uma cápsula do tempo e permanecendo assim por 1600 anos. As cinzas que cobriram Pompéia também a protegeram da intempérie e da total destruição, tornando-a uma rica fonte de estudos, permitindo-nos contemplar a cidade quase como era há 2.000 anos.

É fácil imaginar pessoas caminhando pelas ruas de pedra, vivendo em casas bem construídas com seus jardins e fontes, frequentando restaurantes, lavanderias, templos, anfiteatros, termas e tudo o que movimentava a próspera cidade. Este vasto parque arqueológico evoca uma mistura de reflexões e pesar pelas vidas tragicamente interrompidas, onde o exuberante Monte Vesúvio permanece silencioso na paisagem ao fundo como um lembrete sombrio do passado e da força da natureza.


Utilizando uma metáfora poética, assim como os arqueólogos escavam cuidadosamente as ruínas de Pompéia encontrando preciosas informações sobre a antiga civilização romana, podemos nos tornar arqueólogos de nossa própria existência, explorando fragmentos importantes de nossa história.

Muitos acontecimentos na vida são como vulcões a nos atingir, despejando uma torrente de desafios sobre nossas vidas, lançando nuvens de incerteza e desespero, mas no meio da destruição e da escuridão, existe também a oportunidade de encontrar força e resiliência mesmo em meio à uma nova realidade. Um passado nefasto não pode se tornar uma sentença perpétua a nos torturar, podemos escolher superar, extraindo sua essência positiva e transformando-nos em pessoas melhores.


À medida que nos aventuramos nas profundezas em meio as cinzas de nós mesmos, podemos encontrar respostas para perguntas antigas e obter discernimento sobre nossas vidas e relacionamentos. Neste processo de autodescoberta e resgate, buscar ajuda é uma atitude valiosa e muitas vezes necessária para desenvolver estratégias de enfrentamento saudáveis, com o intuito de utilizarmos a força e a luz que habitam nosso interior.

Nessas escavações, entre camadas de afetos, memórias e experiências soterradas sob detritos emocionais, podemos nos deparar com traumas que nos moldaram e tesouros escondidos que nos fornecem novas percepções. Ao explorar estas experiências, temos a oportunidade de reconstruir narrativas perdidas, preencher lacunas, compreender melhor nossa evolução e obter respostas do porquê chegamos onde estamos.


Assim como as descobertas em Pompéia em meio às cinzas da destruição revelaram sua história, nossas explorações emocionais entre os destroços de nossas memórias e estilhaços do passado podem nos levar a uma compreensão mais profunda e significativa de nós mesmos. Esse processo, ao trazer autoconhecimento, eleva-nos também acima de nossas adversidades, permitindo-nos encontrar renovação, crescimento e bem-estar buscando assim reparar nossas fraturas internas sem ignorar ou rejeitar um passado que faz parte de quem somos, preservando a nossa tão pertencente e subjetiva história.


AUTORIA: Silvana Lance Anaya - Psicanalista, Psicoterapeuta Psicodramatista, Neuropsicanalista, Coach

Pós-Graduada em Teoria Psicanalítica, Pós-Graduada em Psicologia, Nutrição e Transtornos Alimentares, MBA em Coaching, Pós-Graduada em Neuropsicanálise, Bacharel em Administração de Empresas, Jornalista, escritora

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